Inovação e investimento em tecnologia são pilares da Sólida desde a sua criação, em 1988. E das várias tecnologias e inovações que são usadas no campo, uma das que sempre valorizamos – principalmente pelo seu potencial de resultado – foi a Agricultura de Precisão. Por isso vale a pena contar a história do nosso pioneirismo no uso da Agricultura de Precisão no Brasil.
Em 1995 o nosso sócio-diretor Marco Antônio, o Marcão, fez uma visita ao Silsoe College da Universidade de Cranfield, na Inglaterra. Ela foi uma das primeiras instituições a desenvolver trabalhos de compatibilização de ferramentas de georreferenciamento na Agricultura, gerando os primeiros mapas de colheita – eram os primórdios da Agricultura de Precisão. “Na visita, quando vi pela primeira vez os mapas, já entendi que aquilo seria promissor. Voltei ao Brasil com a ideia de desenvolver algo assim por aqui”, contou Marcão.
Para oferecer o serviço de Agricultura de Precisão, algo tão inovador para a época, com a mesma qualidade que já era oferecida a Assistência Técnica, criamos em 1998 uma spin-off focada na prestação de serviços Agricultura de Precisão para agricultores. Assim nasceu a InSolo AP.
No ano seguinte formalizamos, por meio de sua Fundação de Apoio (Funpar), um convênio com a Universidade Federal do Paraná (UFPR) para desenvolver as ferramentas de Agricultura de Precisão no Brasil em nível mercadológico – até então, no país, a metodologia estava restrita apenas a projetos de pesquisa em universidades.
Por meio do projeto, escolhemos seis glebas em fazendas nos Campos Gerais – Barra Velha, Esteio, Pedra Branca, Redomona, Figueira e Campo Comprido – para desenvolver as tecnologias da Agricultura de Precisão. O objetivo era definir e quantificar as causas da variabilidade na produtividade nas glebas. Buscamos determinar se a relação custo x benefício das técnicas de Agricultura de Precisão eram compatíveis com a realidade dos agricultores dos Campos Gerais.
Antes mesmo de começarmos os estudos, procuramos a empresa norte-americana SST – na época, a pioneira em softwares de Agricultura de Precisão – e adquirimos notebooks, softwares e equipamentos com Differential Global Positioning System, o DGPS.
Iniciamos a pesquisa fazendo uma grade de amostragem do solo de um ponto por hectare, 1 ponto por 2 hectares, 1 ponto por 3 hectares e, finalmente, 1 ponto por 4 hectares. Coletamos as amostras de terra e elaboramos os mapas de fertilidade usando o software SST Farm Box.
Para a sequência do estudo, colhemos o trigo, a soja e o milho com colheitadeiras que equipamos com monitores de colheita – foram as primeiras máquinas desse tipo do Brasil. A partir dos dados coletados, elaboramos os mapas de produtividade e, ao analisá-los, descobrimos as relações entre a variabilidade dos nutrientes no solo e a produtividade.
Com os dados dos mapas, pudemos começar a correção dos solos de forma variável. Nessa época, final da década de 1990, não existia, no mercado, máquinas de aplicação de taxa variável. Adotamos a aplicação em zonas usando as calcareadeiras e adubadoras de taxa fixa. Respeitamos a variabilidade por meio de rastros marcados no terreno, que permitiam dividir as diferentes doses de corretivo. “A recepção foi excelente, trabalhamos com produtores inovadores que até hoje usam a agricultura de precisão”, lembra Marcão.
Ampliamos as técnicas de Agricultura de Precisão nos municípios próximos e alcançamos resultados ainda mais animadores. Confirmamos que a prática era viável e dava lucro, ao concluirmos as experimentações com resultados semelhantes aos do projeto com a UFPR.
Mais de 20 anos após o pioneirismo da Sólida, hoje a Agricultura de Precisão é uma realidade nos Campos Gerais e em todo Paraná. Mas sabemos que podemos fazer muito mais para produtores e empresários rurais do país, fortalecendo ainda mais toda a cadeia produtiva do agronegócio.
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