No último texto que publicamos aqui no blog, explicamos como procedemos na primeira etapa, classificando as zonas de amostragem para coletar as amostras de terra que encaminhamos para análise. Elas são enviadas para um laboratório de confiança do produtor rural. Nunca é demais lembrar da importância de escolher um laboratório que participe de um programa de qualidade – seja o Programa de Análise de Qualidade de Laboratórios de Fertilidade da Embrapa, o Programa do Instituto Agronômico de Campinas (IAC) ou a Comissão Estadual de Laboratórios de Análises Agronômicas (CELA -PR).
Assim que recebemos os resultados da análise dos laboratórios, processamos os mapas de fertilidade. Aqui na Sólida, utilizamos a plataforma SST Summit da Proagrica, uma vez que ela é a líder em processamento de dados para a Agricultura de Precisão.
Na definição dos critérios para a elaboração dos mapas de fertilidade – matéria orgânica, fósforo, potássio, cálcio, V%, entre outros –, baseamo-nos na experiência acumulada ao longo de mais de 20 anos e nas indicações técnicas dos nossos parceiros científicos. Historicamente trabalhamos em parceria com universidades – como a Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) e a Universidade Federal do Paraná (UFPR) – e com outras entidades e centros de pesquisa, como a Fundação ABC e a Embrapa.
Elaboração dos mapas de fertilidade do solo e correção: uma observação sobre a correção com gesso.
Na segunda etapa do mapeamento nutricional com zonas de manejo são feitos mapas de aplicação, em taxa variável, de calcário, fósforo, potássio e gesso. A elaboração dos mapas sempre visa a correção dos solos e o aumento da rentabilidade.
Para deixar mais clara a utilidade da elaboração dos mapas de fertilidade do solo e correção, vamos usar neste texto o exemplo da correção com gesso.
Até 2018 usamos, como critério para definição das doses de gesso, a redução do alumínio tóxico (0 a 20cm) usando o critério do teor de argila multiplicado pelo fator 50.
A partir de 2019 passamos a adotar a metodologia definida pelo professor Dr. Eduardo Caires, da UEPG. Ela usa, como fator de correção com gesso, o indicador da saturação de cálcio em profundidade, mais precisamente a saturação de cálcio na Capacidade de Troca Catiônica (CTC) efetiva em 20 a 40cm de profundidade. De acordo com essa metodologia, há altíssima correlação entre aumentos de produtividade em soja e milho e saturações de cálcio (igual ou maior que 60%) em profundidade.
A otimização do uso do gesso, além de reduzir os custos com esse corretivo – que está cada vez mais caro –, melhora o crescimento radicular em profundidade, que é importantíssimo em épocas de estiagem.
Os mapas de recomendação de gessagem, que seguem abaixo, deixam ainda mais claros os benefícios trazidos pela metodologia do professor Dr. Eduardo Caires em comparação com outras e evidenciam a importância da etapa de elaboração dos mapas de fertilidade do solo e correção para o mapeamento nutricional com zonas de manejo.
No mapa 1, elaborado com a metodologia que usávamos até 2018, a dose de gesso foi definida pelo teor de argila, visando corrigir o alumínio tóxico. Definiu-se por usar 50 vezes de gesso em comparação com o teor de argila. Ficou estabelecido que as doses a serem aplicadas variam de 1,5 a 2,3 toneladas de gesso por hectare. O total de gesso na gleba seria de 139 toneladas.
No mapa 2, feito com a metodologia do Dr. Eduardo Caires, vemos a variabilidade na aplicação do gesso. As doses variam de 0 a 2,3 tonelada por hectare. Observamos zonas sem necessidade de aplicação, uma vez que elas já possuíam, em profundidade, teores de cálcio adequados. Assim, as maiores doses do gesso são aplicadas apenas onde havia impedimento para o crescimento radicular em profundidade. O total de gesso com essa metodologia é de 80 toneladas, evidenciando assim a redução de custo com gesso e o consequente ganho financeiro da propriedade. Neste exemplo, a economia de gesso agrícola foi de 59 toneladas.
No caso descrito, além do aumento de produtividade, temos a redução expressiva de custos devido à economia de 59 toneladas de gesso agrícola nesta gleba.
Os critérios para a elaboração dos mapas são discutidos com o produtor rural e sua equipe. Conversamos sobre as janelas de tempo mais adequadas para sequenciar devidamente a aplicação do corretivo, para buscarmos a maximização da eficiência operacional.Para facilitar e agilizar o processo de correção, disponibilizamos os arquivos de aplicação de forma digital. Eles são desenvolvidos para serem compatíveis com os equipamentos de cada cliente. Em alguns casos, quando o agricultor não tem disponível o equipamento de aplicação em taxa variável, a Sólida recomenda prestadores de serviços qualificados.
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